Do Liceu Feminino do Porto à Escola Secundária CAROLINA MICHAËLIS

Enquanto responsável pela Educação no Município do Porto, ao longo dos  últimos anos, e enquanto ex-aluna do Liceu Carolina Michaelis, agora Escola Secundária, é com todo o gosto que me associo às celebrações do  Centenário do Liceu Feminino do Porto e, especificamente, à publicação desta Monografia. Carolina Michaëlis, que dá o nome a este Agrupamento de Escolas, foi escritora e crítica literária, destacando-se como a primeira mulher a lecionar numa universidade portuguesa. Dotada de uma cultura profunda e diversificada, foi precursora de um novo papel da mulher na sociedade Portuguesa, designadamente na educação, cultura e ciência. Foi, portanto, com toda  a naturalidade que o Liceu Nacional Feminino do Porto escolheu Carolina Michaëlis - figura incontornável da cultura e das letras - como símbolo identitário. A história das instituições faz-se de acontecimentos, pessoas, vivências, lugares, decisões. A memória ajuda  a desenhar o presente e os caminhos do futuro. Por isso parece-me importante aproveitar estas celebrações para refletir um percurso, registar uma memória e estruturar a história desta prestigiada escola.  De facto, nenhuma instituição projeta adequadamente o seu futuro se não olhar para o passado, tal como nenhuma instituição se galvaniza focada apenas no seu presente. Acredito que ao olhar um passado rico, em que tantas vezes foi necessário mudar de localização, estratégia, e  aproximação a novas metodologias de ensino, esta instituição encontrará sempre inspiração para continuar a inovar. Este é um momento histórico para a Cidade, para Portugal e mesmo para o regime democrático em que vivemos. Evocar as grandes figuras da sociedade e as instituições que elas representam é um sinal de maturidade e ambição. A existência de referências - axiológicas, comportamentais e institucionais - é um fator decisivo para a concretização da educação.  Pretendendo o Porto ser uma verdadeira cidade educativa associa-se a esta efeméride com a consciência do dever e responsabilidade de promover a excelência na educação, o melhor garante do desenvolvimento  da sociedade. [Guilhermina Rego]